quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Comentário horrorizado com a minha mãe - a filha da senhora fulaninha de tal tinha cinco quilos quando nasceu...
A minha mãe, como se fosse a coisa mais natural do mundo - o teu irmão tinha 4.500 Kg...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Já não tenho pés, tenho bombos (e um casamento onde os levar com uma dignidade que começa a parecer impossível).

Já não tenho barriga, tenho uma melancia peluda. Passei meses a achar que, se calhar, estava pequena demais. Agora, aparentemente, começa a sofrer do mal contrário:

Tentativa de comentário cúmplice da senhora de uma loja, hoje à tarde - Já está quase...
Eu - Pois, já faltou mais...
Ela - Quanto tempo falta?
Eu - Dois meses...
Ela - silêncio e olhar de quem pensava que faltava menos tempo
Eu, tentando quebrar o gelo - Está grandinho, não é?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Há dias em que choro por tudo e por nada, e penso que se calhar estou deprimida. Depois, tenho ataques de riso antes de me ir deitar e acordo aos risinhos com vontade de fazer piadinhas. Se calhar estou louca.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Às 19h20 desisti - atirei-me no sofá, os pés gelados, a cabeça e o corpo muito cansados, e fechei os olhos. Não adormeci profundamente, mas passei pelas brasas. Render-me ao cansaço foi um grande prazer. Tenho tentado resistir às sestas para dormir melhor à noite, mas nem uma coisa nem outra. Tento ocupar todos os minutos para não me sentir sozinha, e portanto também não me tenho dado ao luxo de me render e não pensar em mais nada. Agora percebo que no início, quando o sono e o cansaço eram muito mais fortes e mais incontroláveis, devia ter-me deixado estar ainda mais colada ao sofá, sem tentar contrariar a preguiça, apenas à espera que passe, porque passa.

27 semanas

Os meus ombros são um amontoado de músculos tensos. Deitada de costas ou sobre o lado direito tenho palpitações (parece que o útero pressiona a veia cava, ou lá o que é), virada sobre o lado esquerdo já não consigo estar, e não há almofada entre as pernas ou a apoiar a barriga que me salve.

Às vezes achava que ele me dava pontapés tão fortes que me estremecia, mas achei-me uma exagerada até encontrar um blog onde uma grávida se queixa do mesmo (faria o link para o dito blog, mas isso ia demorar tempo até perceber como fazer o link e estou com tantas dores nas costas que tenho de acabar o trabalho para sair desta cadeira).

No início achei que ia recambiar a roupa toda para a empregada da minha mãe lavar e passar. Depois, achei que ia gostar de ser eu a lavar e passar pelo menos a roupa que comprei (a outra, a maioria, foi dada). Resolvi fazer pelo menos uma máquina e, apesar das dores nas costas, apesar dos pés inchados, não quero outra coisa: ontem ocupei as pausas a olhar para a roupinha no estendal, parava para ir ver se já estava seca só para olhar para ela mais de perto outra vez, passei-a a ferro durante umas boas duas horas com a preocupação de a ordenar por tamanhos e com paragens para o imaginar dentro daquelas coisas tão pequeninas e ainda não a guardei nas gavetas porque achei que tinha de explicar ao P. a ordem estabelecida.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A barriga está maior e ele cada vez mais presente, na dimensão e nos movimentos. Ficou ainda mais difícil pensar noutra coisa que não seja o bebé, e eu achava que já pensava muito. Distraio-me do que me dizem ao telefone, porque ele está a mexer e eu quero sentir e ver tudo. Páro a escrita porque a barriga parece diferente e quero tentar perceber-lhe a posição. Recomeço a escrita aqui porque, depois de parar o que estava a fazer pela milésima vez ao dia, mais vale escrever sobre isto, e com isso tenho transformado este blog num babyblog. Ao fim do dia, quando me deito no sofá, consigo passar horas a olhar para a barriga a mexer e pergunto-me quantas horas conseguirei ficar só a olhar para ele. Faço-lhe muitas festinhas e penso que a gravidez realmente é uma coisa imensa. Nestes nove meses treina-se tudo: a paciência, com o tempo que nunca mais passa, com a barriga que primeiro parece que não cresce e depois cresce e pesa, com as hormonas que nos deixam irreconhecíveis e que não nos deixam outro remédio senão ter isso mesmo - paciência, até que passe; a ansiedade e as dúvidas (estará tudo bem? isto será normal? será que vai ser perfeitinho? será que vai doer? será...); o cansaço, com o peso do inchaço nas pernas e a Ikea ou as prateleiras do supermercado para percorrer mesmo assim, com as noites que passamos a dormir sem estar bem a dormir, porque sonhamos como umas tolas e só podemos acordar cansadas ou porque passamos o tempo todo a arranjar posição para a barriga; e o afecto (incrível este sentimento que começa já agora, quando ainda nem sequer o vimos e damos por nós perdidos de amores, de um afecto que nunca tínhamos tido). Imaginar que tudo isto vai crescer quando ele nascer nem é o que me fascina mais. O que realmente me intriga é já sentir tudo isto (e realmente não se consegue explicar).

sábado, 9 de agosto de 2008

Uma grávida sonha muito, mesmo muito, ninguém diga que sabe o que são os sonhos antes de engravidar (também ninguém diga que sabe o que é ter sono, mas isso é outra questão). Tenho tido os sonhos mais incríveis e acho que só posso ter sonhado que as fraldas de pano que a minha tia me deu eram de linho do Egipto. Hoje descobri-as no meio da confusão que andei a arrumar e o rótulo diz que são 100% algodão e nada sobre a proveniência...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Estou já perfeitamente consciente de que 12 fraldas de pano me vão fazer muito jeito. Já tenho em mãos um belo pacote de 12 fraldas de linho do Egipto (acho que foi isto que li no rótulo e posso apostar que este é o rótulo original de quando estas fraldas chegaram ao mercado - nunca pensei que ainda fosse possível algum produto manter um rótulo tão antigo, achei que já só fosse ver alguma coisa do estilo no Conta-me Como Foi). Em nome da honra das fraldas de pano, quero aqui avisar todas as futuras mães para não menosprezarem as fraldas de pano, porque isto é coisa de que não se fala nos livros de grávida (não nos que me emprestaram, pelo menos) e eu já tive que ouvir não sei quantas mães a dizer que as fraldas de pano são uma maravilha, servem para tudo, nunca uma mãe deve dizer mal das fraldas de pano. Eu, na verdade, não disse mal, só não imaginava que fossem precisas tantas, mas mesmo assim retiro o que disse.