segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A dois

Já tinhamos ido jantar uma vez os dois, desde que ele nasceu. Fizemos da coisa uma ocasião solene, com direito a roupa cuidada e olhos pintados, mas não correu lá muito bem. Também já tinhamos passado uma noite num hotel e até já tinhamos ido a Londres (duas noites). Mas nunca foi uma experiência tão libertadora como a de sexta-feira. Não vesti nada de especial para a ocasião, não me pintei, não imaginei uma coisa super romântica num sítio super in. Deixámos o miúdo na avó e fomos jantar ali ao lado, sem bebé, mochila do bebé, boneco do bebé, chupeta do bebé e o bebé sempre a correr para todo o lado. E só isso foi muito bom. Consegui comer tranquila, bebi à vontade, relaxei, não tive pressa, conversámos, rimos, libertei-me pela primeira vez daquele sentimento de "ainda agora estava mortinha por estar sem ele e já morro de saudades, estava bem era se ele aqui estivesse e para além disso nem sei bem como me comportar, agora que estamos só os dois". Estivemos só os dois, foi só isso, sem solenidades, e foi muito bom. Às vezes apetece-me ir mais longe e tirar a noite para dançar, mas por agora este apetite só me dá de manhã, porque à noite estou demasiado cansada.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nem penses em trabalhar, dá-me atenção sff

O telefone tocou quando entrei no carro, acabada de ir buscar o miúdo ao infantário e de o enfiar na cadeirinha. Fui a falar no caminho todo até casa, a fazer um esforço monumental para tomar notas mentais do que me estavam a dizer (conduzir, falar ao telefone e tomar notas escritas ao mesmo tempo é impossível). Em casa, tive de ligar o computador, explicar-lhe que a mãe tinha de trabalhar, que quando acabasse o deixava ver os vídeos que ele gosta de ver. Não fez birra, mas agarrou-se às minhas pernas durante um bocado, até que desistiu e foi para o sofá. A dada altura voltei a pegar no telefone. Enquanto falava:
- mamã, onde tá a chupeta?
- não sei filho, procura
- mamã, onde tá a chupeta? não sei...
Levantei-me, tirei a chupeta debaixo das almofadas e dei-lha, enquanto continuava a falar. Virei costas e começou outra vez:
- mamã, a chupeta?
Já estava outra vez escondida debaixo nas almofadas. Não era ele que a perdia, era ele que a estava a esconder.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Esponja mágica

A arte foi-se da parede com a ajuda da esponja mágica (à venda em alguns supermercados). Aquilo não é mágico no sentido em que não é preciso esforço (tem de se esfregar), mas ver o antes e o depois, ainda por cima numa parede amarela, é melhor do que magia.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Arte

Não é um risco, são muitos. Mas também não é um desenho - o nosso rapaz fez arte na parede amarela da sala e estou com tanto medo do que poderá resultar de qualquer tentativa de a apagar que talvez o melhor seja aplicar uma moldura por cima e deixar estar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

No universo do João

existem três tipos de sapatos: os sapatos tufa (pantufas), os sapatos da locha (galochas) e os sapatos do joaozinho (os outros, que não são pantufas nem galochas e tanto podem ser sapatos como botas)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tempo para mim

- Pois, tem estes ombros e este pescoço em tensão, está tudo duro. Vou-lhe receitar estes medicamentos, mas temos de pensar no futuro. Devia fazer natação pelo menos duas vezes por semana. Como está em termos de tempo para si?
- Não tenho.

Arrumações

Fiquei com dúvidas na ficha de avaliação e hoje perguntei:
- Afinal ele participa nas arrumações ou não? Num sítio diz que sim, noutro diz que não...
- A educadora: é que uma é a arrumação da sala, a outra é arrumação matemática...
- Ah... E qual é que ele não faz?
- A da sala