sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não voltarás a contar histórias que são só dos dois

Depois de ter vindo para aqui dizer que "ah, e tal, quando era miúda não gostava que falassem de mim como se eu não estivesse presente e não vou fazer o mesmo ao meu filho" já fiz isso uma porrada de vezes, em casa e na escola - e é na escola, ou com pessoas menos intimas, que ele não gosta particularmente que eu faça aquilo. Não voltou a dizer que estava triste, mas hoje, ao deixá-lo na escola, fiz o que odiava que me fizessem e ao cruzar o meu olhar com o dele percebi que estava a envergonhá-lo, a deixá-lo desconfortável, e odiei-me por isso mas não desarmei, mantive o sorrisinho de mãe parva orgulhosa do filho a contar uma história que devia ter ficado na cumplicidade dos dois. Burra, burra, burra!

A economia pode ser boa conselheira (matrimonial)

A teoria económica de Adam Smith aplicada ao casamento. Achei que seria uma estupidez, mas depois de ler hoje no i pareceu-me interessante. Aqui fica o link para a versão original, do New York Times - http://www.nytimes.com/2011/02/13/fashion/13Cultural.html (até hoje ainda não aprendi a fazer links decentes no blogue)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Bricolage, parte II

Lá está: ontem, quando pensei em fazer um chapéu de chinês com uma cartolina, tudo me parecia simples (menos o sítio onde comprá-la) - enrolava a coisa e já estava, bricolage para cinco minutos, mesmo o ideal para mim. Mas hoje, que passei à porta de uma papelaria e entrei para comprar a cartolina, fiquei feita parva a olhar para aquilo: hum, isto não pode ser bem como eu pensava, na verdade não faço a mínima ideia como se faz um chapéu de chinês a partir de uma cartolina. Mas comprei-a. Duas folhas, aliás. Desconfio que daqui por dois dias estou a ir a uma loja comprar um chapéu já feito, porque destruí as duas folhas sem chegar sequer perto do tal chapéu que idealizei mas que não consigo concretizar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bricolage (ou nem por isso)

Eu até tenho algum jeito para trabalhos manuais, e algumas ideias, mas depois custa-me concretizar os projetos, não sei coser à máquina (nem tenho) e à mão as coisas ficam sempre com aspeto abandalhado. Em todo o caso, a coisa dá muito trabalho, é preciso tempo para ir à loja "x" comprar o tecido "y", ir à outra comprar os botões "xpto"... e eu não tenho tempo nem paciência. De maneira que praticamente só atravessei a rua e fui ali aos chineses buscar um fato de chinês para o joão vestir no Carnaval. Agora tenho de inventar um chapéu de chinês e acho que só isso, embora muito simples, me vai dar cabo dos nervos. Começa pelo facto de nem saber onde é que se compra uma folha de cartolina.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O João tá tiste

Parece-me que o João está a entrar no mundo dos sentimentos. Eu às vezes fazia-lhe cara feia quando ele começava a fazer birras, dizia-lhe "não faças isso que a mãe fica triste", mas ele nada. Depois, quando lhe ralhava por ter feito alguma asneira, começou a fazer carinha de arrependido e a dizer "obiaca" (obrigada) em vez de "desculpa". Passados uns tempos, quando não o deixava fazer determinada coisa e ele insistia, eu punha a cara nº 31, ele desistia, mas continuava a chorar e perguntava "o que foi mãe?", como quem diz "porque é que te zangaste, não te zangues, eu não fiz nada".
Até ontem: estava a dar um episódio do Pocoyo e o Pocoyo estava triste, o senhor que faz a voz off do Pocoyo até comentou "Oh, estás triste, Pocoyo" e o João constatou "o Pocoyo tá tiste". Respondi-lhe que sim, mas que já ia passar, o Pocoyo já ia resolver o problema (já não me lembro qual era, mas acho que foi porque a orquestra das bolas se pirou). Nunca me debrucei sobre o assunto, não sei o que se deve dizer nestas situações, mas hão-de aparecer-me casos bem mais bicudos e inesperados e não me resta senão fazer o melhor que sei. E o que sei é que prefiro assim a fazer de conta que não percebi ou a dizer "não, o Pocoyo não está triste". Julguei que o caso tivesse ficado encerrado e não pensei mais no assunto, mas hoje, depois de chegarmos a casa, ele veio ter comigo e disse "o João tá tiste". Eu pensei "oh valha-me Deus", perguntei porquê, ele não respondeu, imaginei que quisesse brincar.
À noite, ao telefone com a minha tia, contava-lhe eu alguns episódios do miúdo e ele voltou, com mais veemência: "O João tá tiste" - e cruza os braços e franze a cara de zangado e amuado ao mesmo tempo. Começo a perceber quando me diziam que depois, quando eles crescem, é que dão trabalho (e diz que depois, quando eles crescem ainda mais é ainda pior, sim, já sei). Antes assim: prefiro estas reflexões sobre como educar, esta descoberta diária dele a descobrir o mundo, do que a loucura do "mas o que é que devo fazer" do início, do cansaço do início, do choro do início, das noites sem dormir do início (se é que se pode chamar início a mais de 12 meses). E o que mais quero é que ele me diga o que sente, em vez de fazer como eu fazia, que ficava triste em silêncio.

Yes we can

Aos dois anos e três meses do miúdo, voltámos a deixá-lo a dormir em casa da avó, mas foi como se fosse a primeira vez (foi a terceira). Não fomos para fora da cidade, fomos só "sair à noite" pela primeira vez desde que ele nasceu. Jantámos com um grupo de amigos, à vontade, sem horas para começar ou acabar. Depois entrámos naquela discoteca onde passámos tantas noites da nossa pré-paternidade, e, é preciso confessá-lo, não foi bem a mesma coisa. A discoteca mudou e nós não ficámos fãs. Nem nós nem quase ninguém, que aquilo estava vazio como raramente a tinhamos visto. A verdade é que eu já estava k.o com o sono e já não me apetecia muito estar ali. Se calhar as coisas nunca voltam a ser como antes, o que não quer dizer que fiquem más - ficam diferentes. O que foi bom saber foi que sim, podemos voltar a fazer coisas que fazíamos antes dele nascer (como dormir até às 11h e mesmo assim acordar cansados).

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Nervos

Sempre fui uma gaja nervosa/enervada e sempre detestei isso, tal como sempre detestei que me criticassem os rompantes, que me mandassem ser menos impulsiva, que não dissesse tudo o que me vinha à cabeça porque nem tudo (ou quase nada) era agradável para os outros. Aos poucos fui cortando os meus impulsos, mas não sei se sou uma pessoa melhor ou pior por isso (se calhar sou melhor para os outros e pior para mim). Agora dou por mim a enervar-me e a ficar nervosa por causa dos impulsos do miúdo, porque ele é trapalhão e não pára quieto, e continuo a não gostar mesmo nada destes nervos, e muito menos de achar que devia ter continuado absolutamente tranquila quando estou na caixa do supermercado e tenho de passar a correr pelas pessoas que estão atrás de mim (e que vão ter de esperar por mim) para ir buscar o miúdo que decidiu explorar o espaço comercial de onde devíamos estar a sair, e ele diz que não, e atira-se para o chão e vem o resto do caminho quase a arrastar-se pelo chão. Depois, a meio do caminho, fico desesperada porque não consigo que ele perceba que não lhe posso dar colo, que levo os braços carregados de sacos e não posso mesmo, não é má vontade, filho, é que não consigo. E ele chora e foge, e depois de três ou quatro "joão, anda cá, não fujas, temos de ir para casa" em modo tranquilo tenho de lhe gritar, ele chora sentido porque lhe gritei e a mim apetece-me chorar por lhe ter gritado, por ser uma mãe histérica que grita com os filhos rua e no supermercado, por ser como aquelas mães que eu abominava quando ainda não era mãe. É isso que hoje em dia me irrita mais do que tudo - não ser uma mãe tranquila e paciente o tempo todo, sobretudo no meio da rua (isso e ainda não ter aprendido que as idas ao supermercado sozinha com ele não podem nunca ser longas e muito menos implicar compras que me ocupem os dois braços, sobretudo quando o carro ficou em casa).

Mexer os músculos

No sábado de manhã fui a uma aula de pilates. Pensei que não me ia apetecer, mas apeteceu-me, e muito. Não dormi tudo, acordei irritada, irritei-me a vestir o miúdo, que ele agora não pára quieto enquanto o visto e aquilo demora eternidades, não só por causa dele mas também por causa da quantidade de roupa que é preciso vestir-lhe. Depois dei-lhe a papa, aviei uma torrada para o pai e quando chegou a altura de comer a minha já estava atrasada e com muita vontade de fugir dali para fora, de não ter o miúdo agarrado às minhas pernas, de estar só quieta a apanhar aquele sol quentinho sem ninguém para me interromper. Podia ter fugido para uma esplanada, mas fui ao pilates, a ver se me passa a dor de costas. Cheguei mais cedo para um café e um bocadinho de sol, depois estive ali durante uma hora e meia a tentar fazer os exercícios, descansei mais do que trabalhei, mas sai de lá a tremelicar, a sentir músculos que nem sabia que tinha (e que ainda me doem) e a pensar "isto soube-me mesmo bem, é melhor do que ir às compras". Uma aula não dá para nada, mas foi o suficiente para me conseguir voltar a sentar como deve ser, em vez de me sentar toda curvada.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Saldos

A quem possa interessar avisa-se que a Lefties (o outlet da Zara) tem t-shirts de criança (manga curta e comprida) a 1,99 euros. Comprei onze, que o joão andava com várias pelo meio do braço e estava mesmo a precisar de renovar o stock.