terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Porquê?

Não sei se esta já é a idade dos porquês, mas o rapaz já tem alguns acessos de dúvidas persistentes, às quais é difícil de responder porque não se percebe bem a pergunta. A coisa é mais ou menos assim: "Ó mãe, poque é tapatapapa xipititi panda?", "Ó pai, poque é tipititi xapatapata pocoyo?". A noite de Natal passou-a a acordar de hora em hora com estas perguntas, e eu e o pai lá nos levantávamos atordoados para lhe meter a chupeta na boca, dizer-lhe para dormir e pedir aos anjinhos, ao Pai Natal e ao menino Jesus que ele adormecesse de vez (não resultou, foi assim até de manhã). Também está na fase das repetições exasperantes. Quando tinha cólicas e nos dava uma trabalheira desgraçada, a minha mãe assustava-me com os "porquês" e os "ó mãe" que haveriam de vir. Eu achava uma patetice, claro, mas agora fico doida com o eco na minha cabeça quando lhe dá aqueles ataques de repetição do "ó mãe... dassafwdgdrfgjksfd", "ó mãe... dsfdstsregsfdgsfd". Ontem à noite, enquanto lhe mudava a fralda e lhe dava os remédios para dormir, pedi ao pai para lhe aquecer o leite. Ele saiu do quarto disparado (o joão), colou-se ao pai e repetiu mil vezes (ou mais): "Ó Paulo, cecece cecece o leita!?".

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