segunda-feira, 30 de junho de 2008

Não doi, e também não assusta. Mas dou por mim a surpreender-me de uma forma que não consigo descrever quando ele me dá uns pontapés mais fortes. E a minha reacção a esta surpresa, ao fim de uns poucos mais violentos, é sorrir sozinha, como se sorrisse para ele, numa atitude cúmplice que gosto de imaginar que ele também tem, porque foi assim que nos ensinaram a lidar com esta vida dentro de nós (embora às vezes também pense que, se calhar, ele está ali na vida dele, não está propriamente a tentar comunicar comigo). Na verdade, nem sei bem se isto são pontapés. Às vezes parece que, ao dar grandes voltas no meu útero, ele faz ondas no líquido amniótico e é isso que eu sinto mexer cá dentro. Andei três meses a sentir só o pior das hormonas e a maldizê-las o tempo todo, para chegar aqui e ficar assim, babada com isto.

No início zanguei-me um bocado com aquelas grávidas que vi andarem em estado de graça o tempo todo, ou que me apresentavam relatos de como é suposto tudo ser lindo e gracioso (ou, suprema irritação, aquelas que, ex-grávidas ou mais virgens do que eu nestas coisas da maternidade, falavam comigo como se tivesse de estar tudo lindo e maravilhoso). Mas agora acho que, se calhar, elas, as ex-grávidas, apenas se esqueceram da espera. E também não sei se, de livre iniciativa, terei coragem de contar às próximas que aquele estado de graça não é bem assim. Porque acho que ele acaba por chegar, só não é bem aquilo que idealizámos que seria...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Primeiros contactos com o que parece ser uma forte tendência persuasiva da avó, a propósito do nome do bebé:

Eu - O que achas de David?
Avó - Ah... Hum... David.... sim, é giro...
Eu - Não gostas?
Avó - Gosto... Gosto... E Afonso?
Eu - Agora todos os meninos são Afonsos, Afonso não... Também gostamos de João. Preferes David ou João?
Avó - Hum... Ah... Hum... João... E Gonçalo? O teu irmão gosta de Gonçalo. E Francisco? Francisco!
Eu - Ó mãe... São nomes muito queques e os miúdos agora chamam-se todos assim.
Avó - Não são nada queques...
Eu - Então porque não os escolheste quando tiveste filhos?
Avó - Porque não estavam na moda...
Eu - Estás a ver, é essa a questão. Agora estão na moda e todos os miúdos se chamam assim
Avó - E não... Afonso! Afonso é giro... Francisco! Gonçalo!
Eu - Ok, mãe, pronto, deixa lá...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

É menino!

Soubemos ontem, já seriam umas 22h: é menino, sem margem para dúvidas.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Contas

Não sou muito boa em contabilidades e percentagens, mas o que tinha lido já me tinha deixado com a sensação de que as mudanças que estão a fazer ao Código de Trabalho não iam ser lá muito boas para mim. Hoje, um jornal faz as contas e confirma-se. Ah, sim, maravilha, as empresas para as quais trabalho vão pagar 5 por cento da contribuição para a Segurança Social, mas eu, como ganho mais de 900 euros mensais (grande fortuna) vou pagar uma contribuição mais elevada do que a que pago agora, e já são 195,56 euros, todos os meses. Não sou lá muito boa a fazer contas porque, na verdade, não quero ter o rigor que me permita ter a certeza que, dos 1000 euros que recebo, me vão passar a sobrar menos de 600, depois dos 200 euros da retenção na fonte, dos mais de 195,56 euros para a segurança social, dos 50 euros de telemóvel e dos 30 euros de Internet usados para fins profissionais. Isto, claro, sem falar na renda da casa, na água, luz, comida e nas fraldas do bebé que aí vem... Se eu fosse boa a fazer contas já tinha percebido que ando a pagar para trabalhar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Hoje, ao terceiro dia de bom tempo, e depois de uma tarde a ver bebés, a minha casa sabe a casa e a cimento quente nos pés.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não tive a sorte de conseguir adaptar as minhas roupas de sempre ao meu corpo de grávida. Já tinha feito uma revisão no armário, e, achava eu, haveria muita coisa que conseguiria usar. Mas os vestidinhos evasés por baixo do decote, embora me sirvam na barriga, ficam-me apertados no peito e as t-shirts ficam-me a meio da barriga, quando a minha barriga ainda nem vai a meio. A roupa de grávida não é lá muito bonita e é muito limitada: nas outras lojas, há sempre novidades, nas lojas de roupa de grávida a roupa é (pelo menos, parece) sempre a mesma. Ontem, tanto pesquisei, que consegui encontrar umas roupas giras e coloridas nas lojas de roupa normal, e pude finalmente deixar de lado o raio da túnica preta comida pelas traças que vesti, nestes últimos meses, vezes sem conta.