sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nem penses em trabalhar, dá-me atenção sff

O telefone tocou quando entrei no carro, acabada de ir buscar o miúdo ao infantário e de o enfiar na cadeirinha. Fui a falar no caminho todo até casa, a fazer um esforço monumental para tomar notas mentais do que me estavam a dizer (conduzir, falar ao telefone e tomar notas escritas ao mesmo tempo é impossível). Em casa, tive de ligar o computador, explicar-lhe que a mãe tinha de trabalhar, que quando acabasse o deixava ver os vídeos que ele gosta de ver. Não fez birra, mas agarrou-se às minhas pernas durante um bocado, até que desistiu e foi para o sofá. A dada altura voltei a pegar no telefone. Enquanto falava:
- mamã, onde tá a chupeta?
- não sei filho, procura
- mamã, onde tá a chupeta? não sei...
Levantei-me, tirei a chupeta debaixo das almofadas e dei-lha, enquanto continuava a falar. Virei costas e começou outra vez:
- mamã, a chupeta?
Já estava outra vez escondida debaixo nas almofadas. Não era ele que a perdia, era ele que a estava a esconder.

3 comentários:

Gambozina disse...

:)
Eles são tão espertos. Sabe que assim consegue a atenção que precisa. Um doce!

Anónimo disse...

Incrível as formas a que os filhos recorrem para nos chamar a atenção e para nos dizerem que estão ali...
Realmente, nos primeiros anos, é muito difícil conciliar tudo, não tendo quem nos ajude em casa. Ainda me lembro de andar com o meu filho ao colo enquanto cozinhava ou fazia outras tarefas domésticas...Ligar o computador isso, então, era impensável! Hoje, quase com 5 anos, está bem mais autónomo. Continua a não me largar, pelo menos até ao pai chegar, mas dá-me espaço - físico e mental - para fazer as minhas tarefas e conseguir, ao mesmo tempo, estar disponível para ele sem me preocupar se vai cair ou que "asneira" estará a fazer.
daqui a um anito irás olhar para ele e irá parecer-te um homenzinho.
bj,
Maria

charlote disse...

já está um homenzinho. no ano passado, sim, era mesmo mesmo impossível conseguir trabalhar em casa. uma vez em que tive mesmo de o fazer prendi-o na cadeira da papa, liguei-lhe a televisão nos desenhos animados e entreguei-lhe um bocado de pão para a mão para ele se entreter. agora já seria impossível prendê-lo na cadeira e ele ficar sossegado, mas também já consigo tê-lo "à solta" sem ter de estar sempre a olhar para ele. Mas continua a ser dificil. Depois daquilo tudo ainda fui adiantar o jantar e fazer uma sopa. No fim estava tão cansada que nem tinha forças para comer.