quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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Não foi um dia perfeito (nunca é), mas teve aquele fim de tarde no parque da cidade, com o joão a dizer "mamã" (e "papá") como quem diz gosto de ti, a chamar chê jé (senhor josé) como quem anuncia "olha o que eu sei dizer", a pedir "tiás" (muitas bolachas come aquele miúdo) e a besuntar-me as calças com os restos , a empoleirar-se no pai deitado na relva, a aninhar-se nas minhas pernas, a deslumbrar-se com a erva que lhe entrego para a mão, a enfiar-se no meio dos patos, dos gansos, das pombas e das gaivotas como eu nunca tive coragem. E ainda teve o jantar, uma hora e meia sentado na cadeira entretido a deixar-nos comer sem pressas, portou-se mesmo bem. E teve aquele copo de vinho que me descontraiu como eu estava a precisar. E o anel, que me ficava mal de manhã, nos dedos inchados e ainda dormentes, pouco passava das 8h e já o miúdo me queria arrastar para fora da cama - mas agora acho que é o mais lindo do mundo.

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