sexta-feira, 15 de julho de 2011

Férias

Rumámos ao Alentejo logo no início das férias, ainda sem o abrandar do trabalho, do cansaço, das rotinas. Quando cheguei e vi aquele mundo cheio de nada para fazer, a televisão mínima só com quatro canais, os mosquitos carnívoros, as noites mais frias do que o esperado... pensei que talvez me fosse aborrecer um bocadinho. Até me atafulhei de revistas parvas, só por precaução, mas não foi preciso. Ao fim de dois dias já estava a pensar que não me apetecia voltar, que se estava bem era ali, naqueles dias em que a nossa maior preocupação era que o joão ficasse quieto para lhe pormos o protetor solar (e as birras, pronto, mas isso foi só um dia), em que tinhamos a companhia de um burro maluco por estendais, de duas éguas e um potro, quatro cães e um céu mesmo estrelado. Passo por férias como esta sempre com a mesma sensação: a de que não precisamos de muito, não precisamos de tudo o que temos, mesmo que nem tenhamos muito. Os quatro canais de televisão chegaram e sobraram. Comemos massa com frango ou frango com arroz nos dias em que fizemos refeições em casa. Levei meia duzia de peças de roupa e nem as usei a todas. O joão passou a andar o dia todo com a mesma roupa, porque por mais que lha mudasse ele sujava-se cinco segundos depois. E não me preocupei com arrumações e desarrumações, limpei a minha cabeça e fiquei muito melhor, mesmo no regresso. A rotina só agora está a começar e sinto-me bastante preparada para a enfrentar com mais descontração. Mas o que eu gostava mesmo, até porque a malta que está de férias não pára de mandar fotos de fazer inveja, era continuar de férias, ter aqueles três meses de pasmaceira que tinha quando era miúda, sentir que é Verão.

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