terça-feira, 26 de julho de 2011

Um galo, uma galinha e um ovo

Talvez para se sentir mais acompanhado, vem para a porta da cozinha enquanto estou a fazer o jantar. Atira-se para o chão, tira os sapatos, tenta calçar os sapatos, fala com o peluche como se estivesse a falar para uma pessoa e também faz de conta que fala pelo peluche (ontem o boneco dizia "estou tão feliz!", mas não consegui apurar porquê). Diz "mãe quero ajudar" e eu lá tenho de lhe dar um prato de cada vez para ele ir pousar à sala, parar o que estou a fazer para ver se o prato chega ao destino (até agora tudo bem, e fica tudo perfeitinho no sítio certo), abrandar o processo de retirar a loiça da máquina para ele sentir que me está a dar uma grande ajuda. Também se dá ao trabalho de percorrer os armários para fechar as portas e gavetas que deixei mal fechadas, mas quando não há nada para fazer ele segue-me os passos, saltarica entre as minhas costas e a minha frente, está sempre no meu caminho, resolve abrir e fechar as gavetas e os armários, pergunta "o que é ito" tantas vezes que já perdi capacidade de reagir, e ontem resolveu rodopiar até cair. Não andes à roda, joão, senão cais e magoas-te, olha que ficas zonzo, joão... PUM! Cabeça contra a ombreira da porta da cozinha, chorou, chorou, olha para isto, fizeste um galo. "Snif, snif, e uma galinha?". Sim, um galo, uma galinha e um ovo, essa cabeça está uma desgraça, não podes andar à roda.

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