sábado, 25 de setembro de 2010

Antecipações

Nós não estamos só a fazer uma mudança, estamos a fazer duas (três, se contarmos com o infantário do joão) - a nossa e a da mãe do P. Andamos, portanto, a tratar de duas casas, dois contratos, dois senhorios, duas chaves que tardam em chegar, dois conjuntos de caixotes, um subsídio. É muita coisa em que pensar, tanta que às vezes nem consigo dormir à noite (imagino que o P. também não, embora ele já esteja mais na fase em que aterra profundamente de tão cansado).
O problema é que o meu pior defeito (ou o que mais me prejudica, porque me causa angústias imensas e bastantes chatices a quem me rodeia) é que tenho o hábito de criar inquietações a mim própria: em vez de esperar que as coisas aconteçam, desenho-as na minha cabeça por antecipação, com muito tempo de antecipação - ainda não tinha começado a encaixotar e imaginava como ia encaixotar, agora que já encaixotei quase tudo começo a adivinhar a mudança propriamente dita, quais os caixotes que vão entrar primeiro, para onde deve ser encaminhada a mobília, etc.
E assim, no meio de tudo isto, ontem tentei explicar ao P. que mal acabe esta saga da mudança temos de começar a pensar na IPSS para onde eventualmente poderemos mudar o joão no próximo ano, de maneira a garantir-lhe a entrada na escola básica "x" que diz que é muito boa, até porque é essa que garante a entrada directa na secundária "y" que também é uma maravilha. Ele disse-me que sim, que tinhamos de pensar nisso, mas depois. Aceitei um bocado a contragosto, mas hoje parece-me mesmo muito ridículo que tenha ocupado a minha cabeça e a dele com este assunto, sobretudo porque o joão ainda não fez dois anos.

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